Estrangeira Release

ESTRANGEIRA

Deslocamento, trânsito e mobilidade, são conceitos intrínsecos à atividade humana. 

Em um mundo cada vez mais cheio de fronteiras, multiplicam-se as agendas políticas pautadas no desejo de controle sobre a circulação de determinados corpos, indivíduos, e seus grupos, sobre a face da Terra. Na esteira da globalização, ao mesmo tempo em que é permitida a livre circulação de mercadorias, capitais e ideias, a descartabilidade dos recursos naturais, e das vidas humanas, cria um cenário de catástrofe ecológica sobre o devir do planeta. 

No universo futurista de ESTRANGEIRA, nova coleção de Angela Brito, corpos circulam livremente sobre a face da terra. Sem fronteiras ou demarcações territoriais, o que é "meu e seu" já não faz mais sentido. As diferenciações baseadas em raça, gênero, classe social e etnia perdem o valor diante da riqueza que as trocas culturais proporcionam. A beleza da existência se concentra no que cada indivíduo tem de único, e é capaz de produzir no encontro com "o outro". Tudo é nosso, tudo é compartilhado, nada pode ser desperdiçado, ou jogado fora. A cada fim de ciclo, objetos e materiais são reaproveitados e ganham novos sentidos. 

Estamos todos envolvidos, em fluxo com a natureza. Extrapolando a abordagem comum de futuro, em ESTRANGEIRA, Angela Brito cria designs inspirados em modelagens tradicionais, presentes nas formas de vida nômade nos continentes Africano e Asiático. Drapeados, pregas, plissados, e formas que remetem a mantos e pareôs, dialogam com tecidos hiper tecnológicos e cheios de movimento. Tons diversos de bege, assim como, as cores marrom, preto, branco e off-white, relacionam-se à toques vibrantes de dourado, amarelo, lilás claro, e vermelho. Já os adornos, inspirados no dinamismo das águas e rochas, enfeitam os corpos de forma orgânica. 

ESTRANGEIRA revela a percepção de futuro de sua diretora criativa, Angela Brito, em uma imagem capaz de produzir novas e ricas possibilidades de ser e existir no mundo.